sábado, 29 de dezembro de 2007

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

SERVIÇO EXALTADO

Foi uma experiência muito interessante. Era o culto de encerramento de um curso de artesanato que fora ministrado na minha Igreja. Quando me posicionei no centro do palco, o salão, que estava lotado, ficou em um grande silêncio. Então eu falei:
- A minha situação aqui, nesse momento é, no mínimo, interessante. Primeiro tenho que fazer vocês olharem atentamente para mim. Depois desviar a atenção de todos para olharem para Jesus.
Depois dessa introdução dei a mensagem proposta para aquela noite.
Essa situação ilustra direitinho o exemplo que João Batista nos deixou ao falar de Jesus o seguinte: “Convém que ele cresça e que eu diminua.” (João 3:30 )
Mas me parece que essa é a contramão do que temos vivido. Me pego perguntando "por que damos tanta importância ao reconhecimento dos outros?" Penso que é porque consideramos Cristo como um mero coadjuvante na nossa história. Com muito respeito, é claro.
Vejamos o que Pedro fala aos jovens:
“Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos exalte,” (1 Pedro 5:6)
Só que tenho a impressão de que reescrevemos tal versículo da seguinte forma:
"Servi gloriosamente e com excelência ao Senhor com a sua própria poderosa mão e Ele, a seu tempo, Se exaltará".
É sutil a mudança que se opera em nossa mente. Estamos servindo a Deus, não estamos? Não é só isso que a Igreja requer de nós? Servir a Deus com excelência é muito bom, mas se o fizermos para nos gloriarmos e não para Deus ser glorificado, é péssimo. Vez ou outra ainda me flagro fazendo o trabalho para Deus visando ser reconhecido pelos outros.
Fazer tudo com excelência não é a função, é a forma como devemos fazer. A função é glorificar a Deus. Inverter isso é um desastre espiritual.

PENSE NISSO 7


O perdão é ficar, sem reclamar, com o prejuízo da ofensa. E é para ser, também, uma iniciativa do ofendido, não do ofensor.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

VOCÊ JÁ OPTOU POR SER HUMILDE?

“Convém que ele cresça e que eu diminua.” (João 3:30)
Aprendi lá no HC-UNICAMP que quem serve é superior a quem é servido. Isso é uma verdade tanto na realidade prática - pois quem é servido fica dependente de quem serve - como aos olhos de Deus.
Isso me incomodou, pois eu decidi considerar os outros superiores a mim mesmo seguindo a orientação de Paulo (“Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo.” - Filipenses 2:3). Então, como servir, e "posicionalmente" ser superior, e ao mesmo tempo ter os outros como superiores?
O exemplo de Jesus me mostrou como fazer isso.
“Mas entre vós não é assim; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós será servo de todos. Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.” (Marcos 10:43-45)
Sendo superior, Ele optou por servir com humildade!
Como temos visto, a humildade é uma virtude, e como tal, é uma opção.
É fácil eu me orgulhar, basta trazer à memória o que eu quero que as pessoas pensem de mim. E também é fácil, para mim, ser humilde: é só me lembrar de quem realmente eu sou!
Confesso que quando eu era mais jovem, eu queria o elogio das pessoas. Isso era uma necessidade. Depois, conforme fui amadurecendo, eu queria o elogio de Deus. Hoje eu quero que Ele seja elogiado.
Para esse ano de 2008, já decidi, quero que Ele cresça e eu diminua.
Um bom Ano Novo para vocês.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

COMEMORANDO O NATAL FAZENDO A VONTADE DE DEUS


E se Deus chegasse para mim ou para você e dissesse: No próximo ano ...
· Eu quero você desempregado(a);
· Eu quero você doente;
· Eu quero você preso(a) a uma cama para sempre;
· Eu quero você solteiro(a) para o resto da vida;
· Eu quero você viúvo(a);
· Eu quero você sem seu filho(a/s);
· Eu quero você pobre;
· Eu quero você morto(a).
Você faria a seguinte oração:
"Senhor, como Tu quiseres, quando tu quiseres, tudo o que quiseres, porque o queres"?
Maria, a mãe de Jesus, na ocasião do anúncio do nascimento de Jesus, fez:
“ Então, disse Maria: Aqui está a serva do Senhor; que se cumpra em mim conforme a tua palavra. E o anjo se ausentou dela.” (Lucas 1:38)
O próprio Senhor Jesus fez:
“Pai, se queres, passa de mim este cálice; contudo, não se faça a minha vontade, e sim a tua.” (Lucas 22:42)

sábado, 15 de dezembro de 2007

ADILSON

Certa tarde, eu percorria um dos corredores do Hospital das Clínicas da UNICAMP quando fui abordado por uma fisioterapeuta que me fez a seguinte pergunta:
— Você já orou pelo Adilson, o paciente que está no quarto 25?
— Não —, respondi. –- Por quê? Ele está precisando de oração? (Que pergunta tola! Quem não precisa?)
— Sim, e de muita oração — respondeu ela. — Ele sofreu um trauma neurológico irreversível.
Eu não sabia exatamente o que ela queria dizer com “trauma neurológico irreversível”, mas sabia da gravidade do problema, por isso fui imediatamente até o quarto 25. Assim que entrei, a primeira coisa que me chamou a atenção foi a grande quantidade de aparelhos em volta do leito. Ao chegar mais perto percebi que esses aparelhos estavam conectados ao paciente, que parecia estar dormindo. Ele respirava através de um tubo introduzido em sua traquéia por uma traqueostomia, e recebia alimento por meio de sondas. Durante todo o tempo ele era monitorado por vários aparelhos, que informavam imediatamente qualquer alteração em seu estado.
Posteriormente, fiquei sabendo um pouco do que havia acontecido com aquele rapaz. Ele havia se submetido a uma cirurgia no estômago, mas algo saiu errado durante os procedimentos cirúrgicos, provocando uma parada respiratória. Durante cinco minutos seu cérebro ficou sem oxigenação, o que causou a destruição de alguns neurônios (células do cérebro cuja perda é irreversível), gerando então o tal de "trauma neurológico irreversível". Resumindo: ele estava condenado a permanecer naquele estado para o resto da vida!!
Logo após essa visita, fui até o escritório do Serviço de Capelania e compartilhei com a secretária, Célia, o quanto essa experiência havia me impressionado. Depois de ouvir atentamente, ela me perguntou:
— Você orou com ele em voz alta?
— Não — respondi. — Orei silenciosamente, por quê?
— Porque é bem possível que pessoas em estado de coma sejam capazes de ouvir.
Fiquei admirado, pois não tinha idéia dessa possibilidade.
— Quando você for visitá-lo novamente, converse com ele e ore em voz alta — ela sugeriu.
No dia seguinte, lá fui eu visitar o Adilson. A não ser pelo fato de estar virado para o outro lado, ele permanecia do mesmo jeito. Pedi então à pessoa que me acompanhava na visita (a minha filha Cíntia, que na época era estudante de enfermagem) que fechasse a porta do quarto. Aproximei-me da cama, e comecei a falar com ele. Primeiramente me apresentei, e em seguida expliquei que gostaria de ler um texto bíblico e orar com ele.
Enquanto eu falava, o Adilson começou a ficar agitado. Sua respiração ficou um pouco mais acelerada e os aparelhos começaram a apitar. Aquilo me deixou assustado, e mais que depressa olhei para a Cíntia, que me tranqüilizou dizendo:
— Calma, está tudo bem. Ele está ouvindo!
Por mais incrível que pareça, ELE ESTAVA ME OUVINDO!! Durante vários dias pude falar àquele rapaz sobre o amor de DEUS, ler a Bíblia e orar com ele.
Até que certo dia, ao entrar no quarto para minha visita costumeira, notei que havia algumas pessoas com ele. Eram os pais do Adilson que tinham vindo visitá-lo. Seus rostos estampavam uma enorme tristeza. Após uma breve hesitação, resolvi me apresentar e contar das minhas visitas ao filho deles. Os pais do Adilson reagiram de forma extremamente positiva, dando-me a excelente oportunidade de lhes falar do amor de Deus por seu filho e por eles. Depois de ler um trecho das Escrituras, orei com eles e por eles. Antes de nos despedirmos, entreguei-lhes alguns folhetos evangelísticos e fui para casa, feliz da vida.
Na semana seguinte, tive outra oportunidade de encontrá-los, só que desta vez a irmã do Adilson também participou da conversa. Pude falar também a ela do maravilhoso amor que DEUS tem por cada um de nós. Enquanto eu falava com os pais e com a irmã do Adilson, ele dava sinais de que estava ouvindo. Isso tudo fez com que eu me sentisse extremamente feliz.
Passados alguns dias, assim que entrei no quarto 25 tive uma surpresa: havia outro paciente na cama. Fui até o posto de enfermagem para tentar saber o que estava acontecendo, e recebi a notícia de que o Adilson havia morrido. Meu trabalho estava encerrado, pensei.
No fim daquele dia, ao me preparar para deixar o hospital, fiquei pensando se o Adilson e sua família teriam realmente se convertido... Com certeza só terei essa resposta na eternidade.

PENSE NISSO 6


Amar é se colocar no lugar do outro.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

COMEMORANDO O NATAL COM ESPIRITUALIDADE


“Havia uma profetisa, chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser, avançada em dias, que vivera com seu marido sete anos desde que se casara e que era viúva de oitenta e quatro anos. Esta não deixava o templo, mas adorava noite e dia em jejuns e orações. E, chegando naquela hora, dava graças a Deus e falava a respeito do menino a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém.” (Lucas 2:36-38)
Vemos acima que Ana, na época do nascimento de Jesus, adorava, jejuava e orava continuamente.
Costumo dizer que em alguma dobra do tempo nós deixamos esquecidos os principais exercícios espirituais que, se praticados regularmente, nos proporcionariam uma comunhão maior com Deus.
Por exemplo, a confissão auricular de pecados, a adoração, o jejum, a meditação, a oração. Umas mais, outras menos, essas práticas não são muito difundidas hoje em dia.
Não o são porque no passado houve muito abuso na prática dessas disciplinas, e devido a isso, foi feita uma complicada e rigorosa regulamentação das mesmas, o que tirou o verdadeiro sentido dessas atividades.
Para termos uma ideia, tente lembrar quando foi a última vez que você ouviu alguém ensinando sobre um desses temas.
São temas bíblicos, foram praticados por santos do Velho e do Novo Testamentos e pelo próprio Senhor Jesus. Então por que não se prega sobre tudo isso?
E como não se prega, não se vive.
Exemplifiquemos. A festa de Natal é uma festa religiosa, mas, no lugar da adoração temos confraternização, em vez de jejuns comilança, trocamos a adoração reverente pela TV ligada e assim, ao invés de termos uma oportunidade de Deus se revelar na nossa vida temos a revelação do "Amigo Secreto"!
Um irmão de outra denominação me disse que na Igreja dele, no Natal, não há jantar, nem presentes e nem festa. Só oração na Igreja. Cá entre nós, "nem tanto ao mar nem tanto à terra", não é mesmo? O meio termo é o ideal.
Contanto, também, que a ênfase seja na espiritualidade.
Gostaria que você compartilhasse o que acha disso.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

UMA EXPERIÊNCIA

Tudo começou com um equívoco da minha parte. Eu e uma colega de ministério estávamos passando pelo corredor de uma das enfermarias do HC-UNICAMP quando avistei, sentada num dos leitos, uma menina com trancinhas nos cabelos.
— Vamos entrar e conversar um pouco com aquela criança — disse.
Mas logo que entramos no quarto, percebi meu equívoco. Tratava-se, na verdade, de uma senhora bem miudinha sentada na cama, de costas para o corredor. Assim que nos aproximamos da cama, ela começou a falar, entusiasmada:
— Vocês estão aqui em resposta às minhas orações. Eu sou evangélica, e há alguns dias venho tentando evangelizar uma senhora que dividia o quarto comigo, mas como o estado dela piorou muito, os médicos a transferiram para o isolamento. Eu queria terminar a conversa que estávamos tendo, mas não posso entrar no isolamento. Vocês não poderiam ir até lá? O nome dela é Carmem.
— Sim, podemos — respondi —, sei quem ela é.
Já havíamos tentado conversar com esta senhora, mas ela se mostrara pouco receptiva. Quem sabe agora, em outras circunstâncias, ela nos ouviria...
Lá fomos nós. Cumpridos os procedimentos de praxe para o acesso ao setor de isolamento, fomos recebidos entusiasticamente por Dona Carmem. Para nossa surpresa, ela foi direto ao assunto, perguntando:
— Como é que eu faço para ir para o céu?
Explicamos a ela, detalhadamente, o que Jesus fez na cruz para nos dar a salvação. Depois de ouvir com atenção, Dona Carmem afirmou categoricamente que cria no Senhor Jesus. Passamos um tempo orando com ela, e quando nos preparávamos para deixar o quarto, ela nos disse, com uma fisionomia plena de paz e alegria:
— Agora já posso morrer.
Após prometer que voltaríamos no dia seguinte, nos despedimos e voltamos ao quarto da senhora de trancinhas. Enquanto contávamos o que havia acontecido, ela dava pulinhos de alegria na cama, ficando mais parecida ainda com uma menininha. No fim, ela nos disse que agora entendia a razão de ter ficado doente e precisar ser internada.
No dia seguinte, ao entrarmos na enfermaria, fomos logo perguntando pela senhora de trancinhas, e soubemos que ela havia recebido alta na noite anterior.
— E a Dona Carmem? — perguntei.
— Morreu hoje de madrugada.

PENSE NISSO 5


O que é a Graça? É a maneira como Deus, através da cruz de Cristo, nos vê e nos trata apesar de nós mesmos.

sábado, 8 de dezembro de 2007

COMEMORANDO O NATAL COM O NINO


“Jesus disse: Deixai os pequeninos, não os embaraceis de vir a mim, porque dos tais é o reino dos céus.” (Mateus 19:14)
Com raríssimas exceções, não há um dia sequer que eu vá ao HC-UNICAMP e não vá ver o Nino. Esse menino tem uma distrofia muscular progressiva e depende do respirador mecânico. Ele tem 5 anos. Desses 5 anos ele só passou alguns meses em sua casa. A chance de o Nino ter alta é mínima.
Seu universo é um quarto de hospital. É ali que ele vai passar o Natal. Se não fosse a responsabilidade que tenho com minha família e amigos, seria com ele que eu gostaria de celebrar o nascimento de Jesus.
HO, HO, HO! Como eu gostaria!!
Primeiramente eu daria um presente para esse que é um dos garotos mais lindos que já conheci. Um carrinho ou um caminhão, que são os preferidos dele. Depois brincaríamos bastante. Sempre a mesma brincadeira, repetindo-a vezes sem conta, que é como o Nino gosta.
Panetone. Tem que ter panetone. Como a alimentação desse meu amiguinho é por sonda, e ele tem uma traqueostomia, comer via oral exige certos cuidados; mas sem pressa, lenta e pacientemente podemos lhe dar um pedaço.
Outra coisa: eu poderia levar uma gravura que ilustre o nascimento de Jesus e contar essa história para ele. Quando terminasse, eu oraria com ele.
Depois, ficaria segurando a mão do Nino até ele dormir. Ele adora isso.
Uma das personagens de Dostoiévski, no seu livro "Os irmãos Karamázovi", questiona duramente o sofrimento das crianças. Um dos irmãos, Ivã, lança essa dúvida a seu irmão religioso, Aliócha. Quando estava lendo essa parte, eu fechei o livro, coloquei-o em cima da mesa e fiquei pensando.
Por que as crianças sofrem? Não há uma resposta fácil.
Ao ser questionado por Jó sobre as razões de seus muitos sofrimentos, Deus responde perguntando sobre o quanto uma pessoa, por mais íntegra, reta, temente a Deus e que se desvie do mal pode entender do que é "ser Deus". Ele não faz a mínima alusão à lição ministrada aos anjos nas esferas espirituais. Como disse São Francisco de Assis, devemos "deixar Deus ser Deus".
É uma grande prova de fé e confiança esperar para saber todas as respostas.
“As coisas encobertas pertencem ao SENHOR, nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem, a nós e a nossos filhos, para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei.” (Deuteronômio 29:29)
A resposta que me satisfez é a seguinte: mesmo que não seja no dia 24 nem 25, pode ser uns dias antes, eu vou fazer a comemoração do Natal com o Nino. Não é uma boa?
Quer participar?

Leia ainda aqui mesmo no Blog toda a série de textos intitulada "COMEMORANDO O NATAL ..."

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

EMANUEL

PENSE NISSO 4


Vocês devem prestar atenção no que eu penso, e não no que falo. Embora eu viva falando isso, não é assim que penso.

sábado, 1 de dezembro de 2007

COMEMORANDO O NATAL COM SIMPLICIDADE



“E ela (Maria) deu à luz o seu filho primogênito, enfaixou-o e o deitou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria.” (Lucas 2:7)
Ainda outro dia alguém comentou comigo que achava estranho a maneira simples como Jesus nasceu. Essa pessoa (caramba, não lembro quem é!) argumentou que sendo Ele Deus, não deveria nascer como nasceu.
Isso me levou a pensar em como o cristianismo se afastou da simplicidade de Jesus. Em sua simplicidade Jesus frustrou todas as expectativas que os judeus tinham da vinda do Messias.
O cristianismo hoje é um complexo de organizações, métodos, estratégias, eventos, personalidades, modismos, comercialismo, "ismos", formas, costumes, e um monte de outras coisas.
Por exemplo: será que Maria, sentada com Jesus no colo, sabia definir se ela era pré-milenista, pós-milenista ou amilenista? Será que ela se preocupava com Predestinação? Creio que ela só pensava em uma coisa, isto é, que aquela criança que acabou de mamar em seus seios era o próprio Deus encarnado.
Ainda hoje cedo estava comentando com um amigo que a vida que levamos está complicada de tal forma que nós não temos tempo nem para ter amigos! Não temos tempo para bater papo!! E nós, cristãos, complicamos ainda mais. Um domingo desses, após a Escola Bíblica, um irmão disse que ia demorar para sair para o almoço porque tinha uma reunião para preparar outra reunião que ocorreria durante a semana com vistas a preparar um evento. Reunião para preparar reunião!
Para quem ama verdadeiramente a Deus, pode ser muito bom saber quem eram os hititas, ou quantas vezes a palavra "mestre" aparece no Velho e no Novo Testamento. Mas, e se não souber? Isso vai impedi-lo de se relacionar com Deus?
Talvez alguém poderia me questionar alegando que a falta de um bom preparo doutrinário é que gera erros como, por exemplo, os “pastores” que chegam aos pacientes do hospital, oram, e afirmam que o doente está curado, quando na realidade não está. Em parte esse inquiridor tem razão. Mas a realidade é que o que mais causa esse tipo de abuso é o orgulho. Já vi professores ou ex-alunos de instituições sérias no ensino da Palavra se voltarem totalmente para, por exemplo, o neo-pentecostalismo.
E mais, quem geralmente comete esse tipo de erro não são pessoas ensináveis.
Mas vamos nos ater ao seguinte: DEUS É SIMPLES.
Geralmente a diferença entre um aristocrata e um novo rico é a ostentação. A consciência da “messianidade” não levou Jesus à ostentação.
Ele nasceu simples e morreu humilhado. E Ele era, é e sempre será o Rei dos reis.
E você, vai passar o Natal com simplicidade?

CHINESA VINDO DA FEIRA

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

COMEMORANDO O NATAL EM PAZ


“Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo (…).” (Lucas 2:29)
Há mais de um ano estamos acompanhando ali no HC-UNICAMP uma jovem senhora, de 24 anos apenas, que sofreu um acidente de moto e agora teve que amputar parte da perna.
Essa é uma experiência extremamente traumática, tanto física como psicologicamente. Decisão dificílima, dores reais e imaginárias, adaptações complicadas, aprender a conviver com as reações dos outros, até dos mais íntimos, diante do seu corpo mutilado, tudo isso essa moça que hoje é minha amiga já passou, está passando e sempre vai passar.
Para ajudá-la a decidir, eu lhe contei alguns casos de pessoas que não acataram a orientação médica e não fizeram a amputação. Dores, infecções, médicos e hospitais, antibióticos, isso e outros problemas passaram a ser constantes na vida dessas pessoas. Sem contar a perda da mobilidade, que acarretou uma interrupção nas atividades profissionais e sociais, e mais o que eu considero o pior de tudo: passaram a depender dos outros.
Você também não acha intrigante que algumas pessoas lutam desesperadamente por sua vida física e não se preocupam com os outros aspectos da sua existência?
Por exemplo, preservar uma parte do corpo pode ser mais importante do que a vida após a morte! Foi justamente nesse ponto potencialmente fraco da natureza humana que o Diabo quis pegar Jó:
“Então, Satanás respondeu ao SENHOR: Pele por pele, e tudo quanto o homem tem dará pela sua vida.” (Jó 2:4)
Agora confronte isso com essa exortação que o próprio Senhor Jesus nos deixou:
“Se o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti; pois te convém que se perca um dos teus membros, e não seja todo o teu corpo lançado no inferno. E, se a tua mão direita te faz tropeçar, corta-a e lança-a de ti; pois te convém que se perca um dos teus membros, e não vá todo o teu corpo para o inferno.” (Mateus 5:29-30)
Já Simeão, citado lá em cima, estava pronto para entregar para Deus não apenas uma parte, mas toda a sua existência física. Em outras palavras, estava pronto para morrer! E em paz!! E por que isso? Porque ele havia visto que o seu Salvador, Jesus, o Cristo, era aquela criança que ele segurava.
“Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem.” (Lucas 2:14)
E você, vai comemorar o Natal em paz?

terça-feira, 27 de novembro de 2007

COMEMORANDO O NATAL EM COMUNHÃO COM DEUS


Estas reflexões também fazem parte da minha preparação para o Natal.
“Havia em Jerusalém um homem chamado Simeão; homem este justo e piedoso que esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele. Revelara-lhe o Espírito Santo que não passaria pela morte antes de ver o Cristo do Senhor. Movido pelo Espírito, foi ao templo (…).” (Lucas 2:25-27)
Simeão era um homem justo e piedoso, salvo e consagrado. Sensível à direção do Espírito Santo, ele foi ao Templo.
Ontem (dia 25), durante o almoço, alguns amigos e eu estávamos conversando sobre aquelas pessoas que freqüentam a Igreja por muito tempo e depois, gradativamente, se afastam até chegar ao ponto de não irem mais.
A troca de idéias chegou ao ponto em que se analisava se esse processo é em função de um pecado afastar o indivíduo das atividades da Igreja ou se é o afastamento que leva ao pecado.
A minha opinião, e eu coloquei isso para eles, é que tudo começa na "Hora Silenciosa", nos momentos em que a tal pessoa tem, ou geralmente não tem, de comunhão íntima com Deus.
Se a pessoa tem um bom relacionamento com Deus, estar na Igreja é a conseqüência natural. Ela vai querer estar lá. E o Espírito a moverá até lá.
Aí então acontece a adoração em espírito e em verdade.
O culto é um momento sobrenatual, é o encontro do adorador com Deus.
“Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade.” (João 4:24)
Se Simeão não tivesse ido ao Templo, não teria tido o privilégio de tomar nos braços aquela criança de oito dias, o próprio Deus em forma humana.
E você, como vai passar o Natal no que se refere à comunhão com Deus?

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

PENSE NISSO 3


É fácil saber qual é a vontade de Deus. Difícil é cumprí-la.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

COMEMORANDO O NATAL SEJA LÁ ONDE FOR


Desde ontem estou começando a me preparar espiritualmente para o Natal.

Tem uma brincadeira que faço lá no HC. Quando o paciente reclama que está cansado de estar internado, eu me ofereço para conversar com os médicos e estender a internação até o Natal; e digo que estamos em promoção, ou seja, quem ficar no hospital no Natal ganha "de graça" o Ano Novo. Até hoje ninguém quis aproveitar essa oferta, embora inúmeros pacientes tenham passado tanto uma festa quanto outra ali dentro. E não poucos passaram as duas! Quase que a totalidade deles não esperava por isso.

O importante não é o que você vai fazer no Natal, mas sim o que o Natal vai fazer com você.

Vamos atentar para esses dois versículos que dizem uma coisa importantíssima sobre um jovem (pelo menos é assim que uma tradição judaica o descreve) chamado Simeão:

“Revelara-lhe o Espírito Santo que não passaria pela morte antes de ver o Cristo do Senhor.” (Lucas 2:26)

“Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua palavra; porque os meus olhos já viram a tua salvação,” (Lucas 2:29-30)

Depois de constatar que o nosso Salvador havia realmente nascido (ele segurou o menino Jesus no colo!), Simeão estava pronto até para morrer.

Ora, o nascimento de Jesus, o Cristo, é um fato histórico incontestável, atestado até por fontes não cristãs. Resta então saber como isso afeta a minha (e a sua também) história.

O nascimento de Cristo é o cumprimento de uma promessa feita pelo próprio Deus. Promessa de SALVAÇÃO. Salvação para uns e perdição para outros. Vejamos o que o próprio Simeão falou para Maria:

“Simeão os abençoou e disse a Maria, mãe do menino: Eis que este menino está destinado tanto para ruína como para levantamento de muitos em Israel e para ser alvo de contradição” (Lucas 2:34)

Como vimos, ninguém passa incólume pelo Natal.

Pode até parecer que é só mais um Natal, mas não é! O que está em jogo é não só se vamos para o céu mas também como lá viveremos caso formos para lá.

Se por um problema qualquer eu estivesse internado em um hospital em estado grave, e o médico me dissesse que não me daria alta antes do Natal pelo fato de ele não saber nem se eu passaria desse 25 de dezembro, uma coisa eu sei: a minha vida na Eternidade está garantida pelo que Jesus Cristo fez na cruz por mim.

E você, onde vai passar o Natal?

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

PRATICANDO A TEORIA

Certa vez fui visitar, ali no HC-UNICAMP, um determinado paciente, que deve ter entre 35 a 40 anos. Sua internação estava quase a completar um mês. Ele é um cristão que leva Deus a sério. Seu problema de saúde não é dos mais fáceis.
Para evitar que ele desanimasse ou entrasse em depressão, li com esse paciente os seguintes versículos:

“Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança.” (Tiago 1:2-3)

Após a leitura perguntei se ele acreditava naquilo que acabáramos de ler. Sua resposta foi rápida e previsível: "É claro que eu acredito, pois está na Bíblia!". Mas quando lhe perguntei se ele tinha os seus sofrimentos como motivo de alegria, após gaguejar e engasgar um pouco, ele honestamente admitiu que isso era difícil.

Dali em diante o nosso bate-papo girou em torno de confiarmos ou não em Deus. Mas, quando mais tarde eu pensei um pouco mais profundamente sobre esse assunto, pude ver que o ponto principal, que está além da confiança, é a perspectiva pela qual olhamos as aflições.

Um versículo um pouco adiante do que aquele que lemos nos faz olhar os sofrimentos pela perspectiva da eternidade:

“Bem-aventurado o homem que suporta, com perseverança, a provação; porque, depois de ter sido aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu aos que o amam.” (Tiago 1:12)

Não podemos perder de vista que tudo o que fazemos ou deixamos de fazer aqui na terra tem repercussão na eternidade. Um exemplo: se não aprendermos a amar aqui na Terra, vamos entender bem menos do amor de Deus lá no céu.

As aflições consolidam em nossos corações valores que serão fundamentais lá no céu. Como disse São Francisco de Assis, devemos deixar Deus ser Deus e fazer conosco o que é melhor.

Como nos portamos nos momentos de crise? Veja a advertência que a Bíblia nos faz: “ Se te mostras fraco no dia da angústia, a tua força é pequena.” (Provérbios 24:10)

A força nos vem quando olhamos para Deus

“Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus. Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra; porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus. Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então, vós também sereis manifestados com ele, em glória.” (Colossenses 3:1-4)

sábado, 17 de novembro de 2007

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

DEPOIS NÃO DÁ MAIS PARA CONSERTAR


Veja a confissão desse homem:
"Pastor, naquela época eu tinha uns 17 ou 18 anos, só estudava, e meu pai trabalhava em uma outra cidade para nos sustentar. Ele saia na quarta-feira de madrugada e só voltava na sexta-feira. A semana inteira minha mãe e eu ficávamos sozinhos.
Quando meu pai chegava, minha mãe o atormentava o tempo todo, brigava e implicava com ele, fazia história por qualquer coisa, criava em casa um clima insuportável, o qual contrastava radicalmente com a tranqüilidade que eu desfrutava durante a semana.
É importante ressaltar, pastor, que era ela quem tumultuava nossa casa.
Certa vez, meu pai tinha chegado todo animado e saudoso, e como sempre ela começou a atormentá-lo, a dizer que ele era um inútil, ofendeu-o com alguns palavrões, e, aos berros, disse que a melhor coisa que ele podia fazer no momento era deixar o dinheiro e voltar para o lugar de onde veio. Para terminar, falou que não era só ela que pensava assim, que podia perguntar a minha opinião pois eu daria razão a ela.
Meu velho pai viu naquele momento uma grande chance de ser apoiado, compreendido e justiçado. Ele olhou confiante para mim, e perguntou: 'Você quer que eu faça isso?'
Eu olhei para minha mãe e a vi olhando para mim com ódio em seu rosto. Era como se dissesse: 'Se você o apoiar, vou infernizar sua vida nesse fim de semana e durante toda a semana'. Até hoje não sei porque ela agia assim. Sei com certeza que meu pai não deu motivos para tal. Ela era muito má.
Pastor, naquele momento, só pensando em mim, virei para o meu pai e disse: 'Para termos paz nessa casa, eu prefiro que você vá'. Pois é, fiz isso.
Tenho gravadas até hoje na minha mente as expresões que meu pai e minha mãe fizeram. Ele depois pegou a carteira, colocou o dinheiro em cima de uma mesa, pegou a mala que ainda não tinha sido aberta, e se foi. Voltou na outra sexta-feira.
Voltei a conversar com o velho várias vezes; ele nunca tocou no assunto, mas o nosso relacionameto passou a ser frio e distante, e assim foi até ele morrer.
Sei que Jesus Cristo pagou por aquele pecado, mas há uma tristeza enorme no meu coração, a qual não tem jeito de sair. E olha que já tentei de tudo!
Hoje já sou pai, e tento desesperada e inutilmente ser amigo do meu filho. O senhor mesmo, pastor, me ensinou que o pai ou é pai ou é amigo. Segundo seus conselhos, para cumprir a função de paternidade, ou seja, educar o filho, temos que abdicar da amizade com aqueles que mais amamos. Desculpe pastor, mas eu não posso concordar.
Eu não fui amigo do meu pai por egoísmo e ingratidão. E o meu filho está fazendo o mesmo comigo.
Temo que vá chegar uma hora que não dá mais para consertar".
Com lágrimas nos olhos eu não soube o que dizer para aquele homem. Eu também perdi a chance de ser amigo do meu pai.

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

DIFICULDADES PARA ORAR


Uma situação comum lá no HC-UNICAMP é as pessoas me procurarem para orar por algum paciente ou até por elas mesmas. Talvez por achar que a oração de um pastor seja mais poderosa! Nunca me recusei a fazê-lo, mas eu sempre pergunto se a tal pessoa já o fez.
Lembro-me de uma ocasião em que uma mãe, evangélica, pediu que eu orasse pela filhinha dela e quando lhe perguntei se ela já havia feito isso, aquela senhora me disse que sim, mas que a minha intercessão seria diferente, e alegou que ela não sabia orar direito,
É claro que li com ela o seguinte versículo:
"Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis.” (Romanos 8:26 RA)
Por outro lado, não me furtei de orar com ela pela menina. Devemos “orar uns pelos outros”. Mas note que esse orar exige envolvimento e compromisso, com o próximo e com Deus. Não adianta me envolver e ter compromisso com o próximo se não o tiver com Deus, da mesma forma não faz sentido eu pensar que tenho envolvimento e compromisso com Deus se não o tenho com o próximo.
Atente agora para um trecho de uma carta que recebi:
"Confesso a você, Chico, que nos últimos tempos, orar não tem sido fácil para mim. Enfrentando grandes lutas, com meus próprios pedidos em standby, sinto que talvez o Senhor esteja trabalhando em mim primeiramente, ensinando-me a paciência, a perseverança e a obediência, para que eu venha a tornar-me uma intercessora. Isto não quer dizer que eu não ore. Sim, eu oro, e vou orar por seus pedidos (...)".
Já me senti assim! E tenho a impressão que você também.
Penso que as orações de quem tem dificuldades para orar chegam a Deus como “aroma suave”. O reconhecimento das dificuldades já é uma oração.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

COSTUMES X DOUTRINAS


Há cristãos, firmes com Deus, dentre os quais as mulheres não cortam o cabelo, não usam calça comprida, eles não bebem bebidas alcoólicas, os homens vão ao culto de terno, não deixam a barba crescer e por aí afora. Outros há, também sérios com Deus, que vão aos cultos de bermudas, bebem uma cervejinha, vão a bailes e por aí afora.
Talvez a motivação do primeiro grupo seja o se vangloriar do que é capaz de fazer, enquanto a motivação do segundo pode ser um estreito e comprometedor envolvimento com o mundo.
Ou a motivação de ambos seja fazer a vontade de Deus.
Quem está certo?
O primeiro grupo pode tentar mostrar uma vida diferente com objetivos evangelísticos (mas os não cristãos podem não se sentirem atraídos por um modo de vida antiquado!).
Já o segundo grupo pode alegar tentar uma identificação com o mundo para alcançá-lo com o evangelho (as pessoas não evangelizadas podem não se interessar por não ver nada de diferente!).
É possível que nos dois ou em nenhum desses grupos encontremos pessoas capazes de preferir morrer a desobedecer a Deus.
O meio termo é a resposta?
Acho que não. A resposta é ter uma comunhão real e profunda com Deus. Isso sim, atrai as pessoas.
“Mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o SENHOR e faço misericórdia, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o SENHOR.” (Jeremias 9:24 RA)
Ao buscarmos conhecer profundamente a Deus, automaticamente fazemos com que a discussão sobre os dois extremos expostos acima se torne irrelevante.
É ou não é?

sábado, 10 de novembro de 2007

DESDE MENINO

Eu estou só, deitado em um leito de hospital
Não consigo imaginar para alguém pior sorte
Tenho consciência de que, por dentro, me corrói um grande mal
E que dentro de dois minutos me encontrarei co´a morte.

Parentes e amigos, comigo não há ninguém
Todos devem pensar que é melhor que eu morra logo
Como eles, por que não confessar? Assim eu penso também
E vendo tudo isso, em lágrimas eu me afogo.

Mas antes... preciso acertar algo para o qual nunca tive calma
Como será que eu vou encarar... o Ser Divino?
Para onde será que... vai... a minha alma?
Por... que será que eu fui rebelde des...
(04.mar.86)

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

UM HOMEM EM CIMA DA MARQUISE

Imagine uma dessas ruas de comércio extremamente movimentadas. Como a "25 de março" lá em São Paulo. Você já deve ter visto, é muita gente.
Pois bem, agora imagine que ali naquela calçada, no meio da multidão, haja um homem querendo falar alguma coisa para as pessoas que por ali passam. Ele gesticula, fala alto, tenta pedir para um ou outro parar, grita, e nada, todos apressados seguem seu caminho sem prestar atenção naquele sujeito.
Mas ele não desiste. Ao ver uma marquise que serve de cobertura para uma loja, pensa que falando lá de cima as pessoas lhe darão atenção. Sobe lá (não me pergunte como) e tenta dar sua mensagem. Nada novamente, só uma ou outra pessoa deu uma rápida olhada para cima e continuou seu caminho.
Desanimado, ele sentou em uma pilha de tijolos que estavam ali e pensou: "Se eu jogar essas moedas que tenho no bolso, eles vão querer me ouvir". Dito e feito, só que ninguém olhou para cima da marquise, todos ficaram olhando para o chão querendo mais moedas.
Frustrado, aquele homem ia se sentar quando teve outra idéia: "Vou dar umas tijoladas neles". E assim fez.
Todos se voltaram para ele!
Parece Deus querendo falar conosco, não parece?!
Estamos, muitas vezes, apressados demais para ouvir o que Deus tem para nos dizer.
Quando Ele nos manda bençãos, só olhamos para as mesmas ou "para baixo", querendo mais.
Só vamos nos voltar para Ele quando nos manda aflições.
Medite sobre o seguinte versículo:
“Mas ele lhe respondeu: Falas como qualquer doida; temos recebido o bem de Deus e não receberíamos também o mal? Em tudo isto não pecou Jó com os seus lábios.” (Jó 2:10 RA)

terça-feira, 6 de novembro de 2007

PENSE NISSO 2


Ou do jeito de Deus, ou do jeito de Deus.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

GOSTOSURAS, TRAVESSURAS OU NENHUM DOS DOIS?

Estávamos só a Denise e eu no nosso apartamento quando a campainha tocou. Como a portaria não havia anunciado ninguém, só podia ser alguém do próprio condomínio. Ao abrirmos a porta vimos as crianças fantasiadas de bruxos e monstros declarando “gostosuras ou travessuras”. Era 31 de outubro, dia de Halloween.
Comentei com a Denise que eu não via problema em deixar as crianças cristãs participarem dessa “brincadeira”, ao que ela comentou que são essas pequenas concessões que vão dando espaço para os jovens se afastarem de Deus. Quando eles querem ir a uma festa onde tem bebida alcoólica, um passeio com pessoas não confiáveis, uma balada onde tem drogas, ou encetar um namoro com não cristãos, é mais fácil, a princípio, nós racionalizarmos achando que são coisas inofensivas. Não são. São pequenos desvios sedutores que podem levar nossos jovens ao pecado. E todo pecado afasta as pessoas de Deus.
“Vós sois o sal da terra; ora, se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor? Para nada mais presta senão para, lançado fora, ser pisado pelos homens.” (Mateus 5:13)
A primeira explicação que me deram sobre o que o Senhor Jesus quis dizer com esse termo “sal da terra” é que a principal função do sal, para as pessoas dos tempos bíblicos, era a conservação de alimentos. Por exemplo, eles salgavam o peixe e ele demorava muito mais para se deteriorar.
Isso é certo, mas há uma explicação que faz muito mais sentido.
Era comum nos tempos de Cristo, aqueles homens que tinham que caminhar ou trabalhar ao sol, levar com eles umas pedrinhas de sal, as quais eles dissolviam na boca com o propósito de provocar sede, forçando-os a tomar água, cuidado que podia ser facilmente esquecido. Assim eles eliminavam o risco de uma desidratação. Só que era comum junto com as pedras de sal ter uma ou outra pedra comum, logicamente insípida e que só servia para ser jogada fora pelo caminho.
Nós somos sal para que o mundo tenha sede de Deus!
Quando as pessoas nos olham, e aos nossos filhos, elas ficam com sede de Deus?

PENSE NISSO 1


O cuidado com os cães está tomando o lugar de muitas crianças.

terça-feira, 30 de outubro de 2007

COMUNHÃO DELICIOSA


“Disse-lhes Jesus: Vinde, comei. Nenhum dos discípulos ousava perguntar-lhe: Quem és tu? Porque sabiam que era o Senhor.” (João 21:12 RA)
Certa vez eu estava conversando com dois homens que, na Igreja que freqüentam, são líderes. Ambos compartilhavam a dificuldade que tinham de ter um encontro diário com Deus.
Conheço esses homens. Até onde eu sei, não há nada de errado com eles.
Cansaço, falta de tempo, preguiça e alegação de serem muito chatos tais tempos a sós com o Senhor, esses foram os motivos levantados.
Ou há alguma coisa errada com Deus, o que eu não acredito de forma alguma, ou errado com a maneira de eles fazerem sua Hora Silenciosa.
Depois de conversarmos um pouco vimos que o que eles faziam não era mais do que um estudo bíblico. Um encontro diário com Deus é comunhão. Como nosso Deus é maravilhoso, as emoções que sentimos ao nos colocarmos diante Dele podem ser muitas e variadas, menos difíceis e tediosas.
Foi o deão acadêmico do seminário que fiz que me alertou para a necessidade de fazermos uma clara distinção entre nossos encontros pessoais com Deus e os estudos bíblicos. Nem todas as pessoas gostam de estudar, embora reconheçemos que isso é fundamental mas todos os cristãos devem amar a Deus e ter prazer ao estar em Sua presença.
Quão preciosas são as horas,
Na presença de Jesus,
Comunhão deliciosa,
De minha alma com a luz!

sábado, 27 de outubro de 2007

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

HONRA & GRAÇA


A Cíntia, minha filha, devia ter na época, uns 10 anos. Ela estava brincando com umas amiguinhas no quintal de casa. A mãe dessas meninas foi quem as trouxe e, antes de ir embora me perguntou porque eu deixava a Cíntia usar shorts.
Pensei que poderia estar indecente a roupa que ela estava usando. Verifiquei e vi que não estava. Então perguntei àquela senhora a razão da sua pergunta. Fiquei admirado com o que ela respondeu: "Por vocês serem crentes pensei que não fosse permitido".
Além da roupa. o evangélico tem que "vestir" o estereótipo que lhe é imposto, de ser sempre alegre e que nunca peca. O pior é que vestimos essa máscara!
Nos ensinam que a mensagem tem que ser coerente com a vida, e isso é uma verdade, só que pregamos que somos sempre alegres e que não pecamos. Mas temos nossas inconstantes e muitas vezes acentuadas variações de humor e, por sermos humanos, erramos o alvo muitas vezes.
Somos humanos e perdoados. Essa é a verdadeira mensagem.
Querendo fazer a mensagem ser coerente com a vida que vivemos, somos hipocritamente incoerentes.
Já se sentiu assim?
No sistema cujo valor máximo é a honra, não se admitem falhas. Uma falha e perde-se definitivamente a honra. Onde impera a exaltação da honra, não existe perdão nem tolerância. O peso disso pode ser intolerável, não poucas vezes levando o indivíduo que falhou ao suicídio. O regime monárquico é assim, por isso não fuciona.
O que rege o cristianismo é a graça. Graça é aceitar a pessoa com suas falhas. As falhas não são aceitas, são perdoadas. Isso é possível graças ao fato de Jesus ter morrido naquela cruz para assumir como dele o ônus do nosso pecado.
Só que muitas vezes o cristão vive na "honra" e não na GRAÇA.
A honra torna as pessoas legalistas (não pode fazer isso nem aquilo, não pode se vestir de tal forma, etc ...); a graça faz com que elas sejam amorosas.
O que realmente importa é sermos honrados por Deus, e isso nada mais é do que a GRAÇA.

sábado, 20 de outubro de 2007

ÚLTIMA CHANCE

A primeira vez que eu a vi foi numa quarta-feira. Eu procurava por uma outra paciente, e ao olhar para dentro de um quarto vi a Renata chorando. Uma jovem senhora com pouco mais de 30 anos, que não era quem eu buscava, chorando! Quem me conhece sabe que se há uma coisa que me deixa sem saber o que fazer é ver uma mulher chorar. Timidamente falei "Não sei se cheguei em boa ou má hora". Ela, enquanto se recompunha, pediu que eu entrasse. Conversamos mais ou menos por meia hora.
Chorava de saudade dos pais e do irmão. Estava internada há 8 dias. Nunca havia ficado doente. Dois meses antes começou a sentir uma dor de cabeça terrível, fez os exames e foi constatado um tumor no cérebro.
Ela se abriu bastante comigo. Contou, por exemplo, que há 3 anos o marido a traiu, e isso fez com que ela voltasse a morar com a família, aos quais se apegou muito.
Disse-me que fez de tudo para segurar o marido. Quando ela falou isso, eu lhe disse que não é tudo que devemos fazer para segurar alguém (marido, filho, amigo ...) ao nosso lado. Amor demais ou de menos é egoísmo.
Lhe declarei que Deus nos ama na medida certa. Mesmo sabendo que corre o risco de sofrer. Assim é o verdadeiro amor.
Esse conceito a fez afirmar, maravilhada, que antes não via mais possibilidade de pensar em um outro amor que não fosse para o pai, mãe e irmão, mas agora seu horizonte se expandia. Até mesmo para com Deus!
Com a nossa conversa ela acalmou e disse que gostou bastante do papo.
Quinta-feira. A vi rapidamente, pois ela ia conversar com a mãe sobre a cirurgia que faria no dia seguinte. Deixei um folheto evangelístico. Ela se mostrou extremamente receptiva, e prometeu que o leria à noite.
Sexta-feira. A Renata amanheceu com uma cefaléia fortíssima. Com isso, a cirurgia teve que ser adiada. Estava tomando morfina. Só lhe falei que ia orar por ela.
Sábado. Ela passou por uma cirurgia.
Domingo. Me informaram que seu estado era crítico.
Segunda-feira. Com pesar, a enfermeira me informou que tinha sido “Aberto Protocolo". Como eu não soubesse o que era isso, perguntei, e ela me ensinou que havia suspeita de morte encefálica, e que seriam feitas as investigações necessárias.
Será que a Renata leu o folheto? Foi sua última chance.
Terça-feira. Quadro clínico inalterado. Estavam dando banho nela. Me passou pela cabeça questionar a razão de se dar banho nela. Isso demonstra o cuidado e o respeito da equipe de enfermagem pela paciente.
Quarta-feira. Uma semana depois de eu a ter conhecido, ela morreu.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

VASSOURA NO MEIO DO CAMINHO

Li, se não me engano numa Seleções, a história de uma mulher que precisava contratar uma pessoa para os serviços domésticos. Depois de colocar um anúncio em um jornal, ela pôs uma vassoura atravessada no caminho pelo qual as prováveis candidatas teriam que passar. Aquelas que pulavam a vassoura caída no chão ela já dispensava, e aquela que pegou a tal da vassoura e a colocou em um canto, apoiada no batente da porta, essa foi contratada.
Você tiraria a vassoura do caminho?
Devo a Leonardo Boff o ter atentado para o fato de que o “tamagoshi”, aquele bichinho virtual, é um símbolo de uma geração que se diverte cuidando de um ser que não existe, mas que nasce, cresce, se alimenta, faz suas necessidades, chora, ri, fica doente, sara e até morre. Só que pode ressuscitar no momento que se quiser. Essa mesma geração não se diverte cuidando do próximo, seja uma criança, um avô ou avó, um pobre ou rico que precise de atenção. E olhe que essa criança, avô, avó, pobre ou rico morrem de verdade!
Cuidar é servir. Se no nosso caminho tiver alguma coisa fora do lugar, devemos nos abaixar e dar um jeito para arrumar da melhor forma possível. Não podemos passar por cima como se não tivéssemos nada com isso, ou esperar sermos pagos para fazê-lo.
Alguém (foi o Carlito Maia?) já disse com razão que “Nessa vida, uns vieram a passeio, outros para servir”.
“( ... ) o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos”. (Marcos 10:45 RA)
Estamos aqui para servir.
Serviço não falta: idosos, doentes, meninos de rua, orfanatos, presídios. analfabetos, deficientes, parentes (é isso aí, cunhado também!), vizinhos, é só olhar à sua volta.
Agora deixe-me fazer uma observação: no nosso trabalho de visitação lá no Hospital das Clínicas da UNICAMP, você pode não acreditar, mas quem visita ganha mais do que quem é visitado!
Quem serve é superior a quem é servido.
Concorda?

sábado, 13 de outubro de 2007

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

terça-feira, 9 de outubro de 2007

O QUE APRENDI COM O XADREZ


Recentemente, em uma festa de aniversário uma determinada pessoa, citando um humorista famoso, me disse que o xadrez é excelente para desenvolver a capacidade de … jogar xadrez.

Não concordo. Estou mais afinado com o pensamento de Garry Kasparov: "O xadrez é uma imagem adeqüada p/ as lutas da vida!".

Obviamente eu não perdi de vista que a vida não é só "preto no branco". Existem as áreas "cinzas", que são, por exemplo, os valores éticos não absolutos, gostos diferentes, etc., mas o xadrez, como toda prática desportiva, nos ensina lições profundas e valiosas para a vida. Quem pratica sabe.

Para começar, uma das maiores lições dessa modalidade é treinar a concentração. Prestar atenção no que se está fazendo aumenta a qualidade da realização e diminui o risco de erros.

A concentração aliada ao treino nos permite realizar coisas fantásticas. Veja, por exemplo, as performances dos artistas do Cirque du Soleil.

Podemos aprender ainda a saber perder, a ter paciência, a vislumbrar e analisar cada possibilidade de uma determinada situação.

Uma outra lição extremamente valiosa que absorvi de um enxadrista chamado Tartakower é nunca desistir, ter perseverança. Veja o que ele disse: "Ninguém jamais ganhou uma partida abandonando-a".

Mas a maior de todas a lições que aprendi com o xadrez foi a que está brilhantemente dita nessa frase de Vassily Smyslov: "No xadrez, como na vida, seu adversário mais perigoso é você mesmo".

Note o seguinte: eu posso ganhar uma partida sem ter sido melhor do que o meu adversário, e posso perdê-la sem ter sido o pior! Tudo vai depender se eu dei, ou não, o melhor de mim. O problema é eu achar, baseado nos resultados que podem não serem a expressão exata da realidade, que eu sou um sucesso, ou não.

Podemos até enganarmos a nós mesmos.

Mas Deus não se engana nunca.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

O QUE VOCÊ MAIS QUER DE PRESENTE?

Quando entramos na enfermaria, eu e mais uma voluntária, ainda no posto da enfermagem, uma das moças que estava ali pediu que fôssemos visitar a Dona Marli.
- É que ela está muito deprimida hoje, nos explicou aquela enfermeira.

Ao entrarmos no quarto logo vi que a paciente estava bem encolhida no leito Até a cama e o criado-mudo me pareciam estar encolhidos. O quarto inteiro estava encolhido!

Essa Dona Marli, que normalmente era muito alegre e conversadeira, estava realmente muito triste e calada. Como ela permitiu a nossa visita, ficamos um tempo conversando com ela. Ela chorou conosco.

O tratamento dessa jovem senhora era complexo e demorado, razão pela qual ela veio da sua distante cidade, lá da região norte do Brasil. Com todos os parentes e amigos morando lá, ela não recebia visita alguma.

A não ser a nossa.

E depois de dizer que estava triste de saudades de todos lá do norte, acrescentou:

- Ainda mais que hoje é meu aniversário.

Depois que ela disse isso, conversamos mais um pouco, nos despedimos e eu saí dali já com uma idéia na cabeça.

Fomos até uma das lanchonetes do hospital para comprarmos um pequeno bolo, pegamos na Capela, com a devida autorização da Célia que é a responsável por tudo ali, um vaso de flor, arrumamos uma pequena vela a qual acendemos e, junto com a enfermeira, entramos no quarto da Dona Marli cantando Parabéns a Você.

Quando ela nos viu, deixou de ficar encolhida (assim como a cama, o criado-mudo e até o quarto), abriu um sorriso maravilhoso e chorou, só que dessa vez de alegria.

Já pensou, passar o aniversário internado em um hospital?

Já fizemos muitas outras festas de aniversário lá no Hospital das Clínicas. Um compra o bolo, outro os salgadinhos, outro ainda os refrigerantes e assim fazemos a alegria de alguns, principalmente das crianças que sofrem de um mal crônico.

Para algumas pessoas aniversário é bobagem. Não lembram nem do seu nem o dos outros. Não é bobagem. Aniversário é coisa séria.

Devo a Henry Nouwen (um dos escritores que mais me deleito ao ler) a idéia de que os parabéns que recebemos e damos nos aniversários são gratuitos. Nessas ocasiões não parabenizamos a pessoa por ter conquistado um troféu, ou um diploma. Não. Damos os parabéns por ela simplesmente existir!

A vida nos é dada gratuitamente, é um presente. É de graça. Será que é daí que vem o costume de darmos "presentes de aniversário"?

“Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.” (João 10:10)

Deus nos dá vida real e de verdade, cheia de atividade e de vigor, e quando ela é consagrada a Deus, é abençoada, em parte já aqui neste mundo, e depois da ressurreição a ser consumada por novas bênçãos (entre elas, um corpo mais perfeito) que permanecerão para sempre.

Aí sim, lá na eternidade, para aqueles que colocam sua confiança em Cristo, não será mais possível se comemorar o aniversário em um hospital.

Tanto faz como sua vida foi ou como é. O importante é o que você vai fazer com o que resta dela.

sábado, 22 de setembro de 2007

É COMPLEXO NÃO TER COMPLEXO


Tenho na sala do apartamento onde moro um porta-retrato com uma fotografia de quando eu era menino. Ali eu devo ter uns 6 ou 7 anos. Estou na praia lá de Santos, cidade onde nasci, com meus dois irmãos.
Estou sentado no carrinho que usava antes de ter minha primeira cadeira de rodas. Nós 3 estamos sem camisa e só de calção de banho.
Esses detalhes podem parecer dispensáveis, mas o assunto que vamos abordar é mais complexo do que a foto pode revelar, por essa razão é que cada detalhe tem sua importância.
Minha mãe me ensinou a não ter complexo por ser paralítico. Por algumas outras pessoas, amigos e até parentes, eu viveria sem sair de casa, e dependendo da ocasião, por eles, quando recebêssemos visitas, nem do quarto eu deveria sair.
Ela, a minha mãe, sempre me tratou da mesma forma que tratava meus irmãos.
Eu usava shorts, apesar de um parente chegado achar que minhas pernas deveriam ficar cobertas para esconder as seqüelas da poliomielite e também as cicatrizes das cirurgias às quais me submeti.
Quando merecia ser disciplinado eu apanhava, apesar de a minha avó declarar que só os outros dois deveriam ser castigados.
Como meus irmãos, eu ia à praia (tem a foto para você ver), passeava, estudava, tinha responsabilidades e convivia naturalmente com todo mundo. Eu era (e sou) como todas as pessoas, só que com limites de locomoção.
No momento em que "me vi assim", quando me conscientizei da minha realidade, resolvi ser como os outros e superar de algumas formas meus limites. E foi assim que fiz.
Quando Jesus Cristo viu um homem paralítico que desceu do telhado para estar bem na frente d’Ele, disse primeiramente que os seus pecados estavam perdoados. E Jesus o fez assim porque o maior problema daquele homem era espiritual. Problema espiritual é toda e qualquer coisa que nos separa de Deus. Só depois de isso resolvido é que o Senhor tratou do seu problema físico, curando-o.
Me lembro direitinho do dia em que percebi que o meu maior problema era espiritual. Uma limitação que por meios humanos não pode ser superada. Graças a Deus pela cruz. Só Cristo podia fazê-lo por mim. E foi assim que Ele o fez.
Não é maravilhoso? Aquilo que não posso fazer, Deus o faz!
Você é igual aos outros. E você é igual a mim.
Quais são seus limites?
Qual seu maior problema?

terça-feira, 18 de setembro de 2007

SILÊNCIO, POR FAVOR

Uma das coisas mais difíceis de se reconhecer, penso que para todos os cristãos, é que a maior parte dos pecados que cometemos (senão todos) foram planejados.

Ninguém está andando pela rua e, sem mais nem menos, diz:

- Epa, adulterei sem perceber.

Não, a coisa já começou lá atrás. Com um simples pensamento, um desejo pecaminoso que foi acalentado e deixado por ali, quem sabe para ser repensado mais tarde.

“ … cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz.” (Tiago 1:14 RA)

Tenho por costume fazer o exercício espiritual do silêncio. Trata-se de ficar no silêncio e em silêncio.

Primeiramente calamos as “vozes exteriores”: rádio, TV, aparelho de som, livros, revistas, outras pessoas, enfim, tudo aquilo que pode vir a distrair a nossa atenção.

Em seguida devemos calar as “vozes interiores”, ou seja, preocupações, tarefas a serem feitas, coisas a serem lembradas, providências, ou quaisquer outros pensamentos que, via de regra, podem ser anotados em um papel para serem vistos mais tarde. Esse silêncio é fundamental para ouvirmos a Deus.

Nesse ponto, é hora de consultar o nosso coração.

“O homem bom do bom tesouro do coração tira o bem, e o mau do mau tesouro tira o mal; porque a boca fala do que está cheio o coração.” (Lucas 6:45 RA)

O que pensamos quando não nos distraímos?

No silêncio, pensamentos brotam, vêem à tona.

É por isso que eu, como a maior parte das pessoas (ou todos?), tenho medo de ficar sozinho comigo mesmo. Medo de me conhecer! As pessoas orgulhosas não gostam desse silêncio, não querem se conhecer, não querem destruir sua auto-imagem ilusória.

Precisamos querer a cura, a transformação, a santificação.

Já visitei e acompanhei diversos pacientes que, não raras vezes bastante aflitos, ficam internados para fazer exames médicos. Exames como raio x, ressonância magnética, ultrasonografia, e outros, mostram como o corpo da pessoa é e está por dentro.

E na maior parte das vezes esses pacientes ficam muito tempo ociosos ali no hospital, sem distração, e começam a pensar.

Nem sempre aproveitadas, essas ocasiões podem ser ótimas oportunidades de também se examinar a alma e o espírito.

Atente para esses dois trechos bíblicos:

“Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno.” (Salmos 139:23-24 RA)

“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.” (1 João 1:9 RA)

O silêncio é a ponte entre o pedido feito a Deus para que Ele nos sonde e a confissão dos pecados.

O trabalho na Capelania Hospitalar tem sido um excelente laboratório para conhecermos mais da natureza humana.

E de nós mesmos.

POR QUÊ?

O que me levou a fazer esse blog?

" Oh! Provai e vede que o SENHOR é bom; bem-aventurado o homem que nele se refugia." (Salmos 34:8 RA)

Ao longo desses trinta e tantos anos de vida com Cristo, inúmeras vezes me senti como um homem que está em um deserto quase morrendo de sede e descobre uma inesgotável fonte de água fresquinha e, após beber e satisfazer sua própria necessidade, corre revigorado para dar a novidade para sua família que ficou à sombra de uma duna tentando tirar um pouco de água de um cacto. Ele volta para seus queridos extremamente desejoso de contar a boa nova.
Deus me tem permitido desfrutar de sua graça. Graça é como Deus nos vê apesar de nós mesmos. É meu desejo compartilhar isso com você.
Nesse sentido de provar, perceber, "comer" para sentir o gosto, é que estamos querendo oferecer esse blog. Longe de mim querer provar a Deus no sentido de colocá-Lo em cheque, tentá-Lo. Não quero isso de forma alguma. O que quero é incentivar mais e mais pessoas a vivenciarem mais do que o Senhor pode nos dar.
O próprio Deus nos incentiva a prová-lo, experimentá-lo: